29.9.09

I Conferência Municipal de Cultura do Rio de Janeiro

A Cultura quer ouvir você.

A Secretaria Municipal de Cultura vai reformular a sua Política e quer ouvir a sua opinião, seja você artista, intelectual ou não. Basta ser cidadão para falar com um governo que quer ouvir você antes de tomar uma decisão. Quantas vezes já pediram sua opinião antes?

Em outubro debateremos o que queremos para a cultura de nossa cidade em diversos bairros do Rio de Janeiro e você poderá dizer o que gostaria de ver, saber, sugerir, criticar o que achar errado, apoiar o que gosta, fazer valer democraticamente a sua voz.
Não custa nada. Sua opinião é importante. Participe!

As inscrições para a I Conferência Municipal de Cultura do Rio de Janeiro vão até amanhã! Para inscrever-se, basta clicar aqui.

Para mais informações, siga a Conferência pelo Twitter!

21.9.09

O processo civilizatório... no século passado?

Na aula desta segunda-feira, o professor Marildo leu alguns trechos do texto "O Processo Civilizatório", de Norbert Elias. Itens como "não assoar o nariz na toalha da mesa" eram vistos como básicos na cultura da época. Mas e hoje? Muita coisa mudou?

Direto do site "Recreio da Juventude":


Etiqueta no dia-a-dia
Independente dos conhecimentos adquiridos com a família ou na escola, manter sempre ligados os sensores do bom comportamento é importante. Confira algumas dicas que podem ajudar a convivência social no dia-a-dia:

Na piscina....
Tenha sempre a mão a sua própria toalha, o seu boné e o seu protetor solar. Fique atento para não monopolizar bóias, cadeiras e qualquer outro equipamento de uso comum.

Na academia...
É preciso decidir se vai malhar ou falar ao telefone celular. É de péssimo gosto ficar batendo papo dentro da sala de ginástica. Prejudica o desempenho e atrapalha a concentração dos outros. Se for inevitável levar o telefone, deixe a campainha bem baixa e saia da sala para atender a ligação. Leve sempre uma toalha para colocar sobre o colchonete. Academia não é salão de festas, portanto, contenha-se e deixe aquele batom vermelho-sangue só para a noite.

Na hidroginástica e natação...
Nunca entre na piscina sem antes tomar uma ducha. Se você estiver gripado, faça uma caminhada ou fique em casa. Isso evitará qualquer resíduo proveniente de um espirro na água. Use sempre a touca ao entrar na piscina.

No vestiário...
Procure manter suas coisas organizadas. Um tênis largado na passagem pode ocasionar um acidente. Sem falar no risco de esquecer objetos.


Alô, chics!


Quer entender mais sobre etiquetas e civilizações, com base teórica? Então leia o artigo da Lucineide do Nascimento Santos: "A Etiqueta como forma de Poder".

8.9.09

Safari na Favela? Conheça o "Gringo na Laje"


Por meio de uma pesquisa socioetnográfica, Bianca Freire-Medeiros busca compreender os novos arranjos sociais que permitem emoldurar, anunciar, vender e consumir a pobreza, atribuindo-lhe um valor monetário acordado entre promotores e consumidores no mercado turístico.
A pesquisadora esteve nas townships da África do Sul e em Dhavari, considerada a maior slum da Índia, mas é a favela carioca da Rocinha seu grande foco de interesse.

Para mais informações ou comprar ou livro, clique aqui.

1.9.09

Alma Não Tem Cor

Na aula de Comunicação e Cultura desta segunda-feira (31/08), os alunos foram instigados a estabelecer relações entre o texto "Raça e História", de Lévi-Strauss, e a canção "Alma Não Tem Cor", do Karnak, gravada também por Chico César e Zeca Baleiro. A primeira gravação é de 1995 e a letra de André Abujamra. Como afirma Zeca, em seu site, essa canção é "um hino à diferença". As análises dos alunos aparecerão nos comentários desse post.


Alma Não Tem Cor

alma não tem cor
porque eu sou branco
alma não tem cor porque eu sou preto

branquinho neguinho branco negão
branquinho neguinho branco negão
branquinho neguinho branco negão
branquinho neguinho branco negão

percebam que a alma não tem cor
ela é colorida ela é multicolor

azul amarelo verde verdinho marrom
azul amarelo verde verdinho marrom
azul amarelo verde verdinho marrom
azul amarelo verde verdinho marrom

você conhece tudo
você conhece o reggae
você conhece tudo
você só não se conhece

| Lévi-Strauss


Um dos grandes pensadores do século 20, Lévi-Strauss tornou-se conhecido na França, onde seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da antropologia. Filho de um artista e membro de uma família judia francesa intelectual, estudou na Universidade de Paris.

De início, cursou leis e filosofia, mas descobriu na etnologia sua verdadeira paixão. No Brasil, lecionou sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo, de 1935 a 1939, e fez várias expedições ao Brasil central. É o registro dessas viagens, publicado no livro "Tristes Trópicos" (1955) que lhe trará a fama. Nessa obra ele conta como sua vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil.

Exilado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi professor nesse país nos anos 1950. Na França, continuou sua carreira acadêmica, fazendo parte do círculo intelectual de Jean Paul Sartre (1905-1980), e assumiu, em 1959, o departamento de Antropologia Social no College de France, onde ficou até se aposentar, em 1982.

O estudioso jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como privilegiada e única. Sempre enfatizou que a mente selvagem é igual à civilizada. Sua crença de que as características humanas são as mesmas em toda parte surgiu nas incontáveis viagens que fez ao Brasil e nas visitas a tribos de índígenas das Américas do Sul e do Norte.

O antropólogo passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. O método usado por ele para estudar a organização social dessas tribos chama-se estruturalismo. "Estruturalismo", diz Lévi-Strauss, "é a procura por harmonias inovadoras".

Suas pesquisas, iniciadas a partir de premissas lingüísticas, deram à ciência contemporânea a teoria de como a mente humana trabalha. O indivíduo passa do estado natural ao cultural enquanto usa a linguagem, aprende a cozinhar, produz objetos etc. Nessa passagem, o homem obedece a leis que ele não criou: elas pertencem a um mecanismo do cérebro. Escreveu, em "O Pensamento Selvagem", que a língua é uma razão que tem suas razões - e estas são desconhecidas pelo ser humano.

Lévi-Strauss não vê o ser humano como um habitante privilegiado do universo, mas como uma espécie passageira que deixará apenas alguns traços de sua existência quando estiver extinta.

Membro da Academia de Ciências Francesa (1973), integra também muitas academias científicas, em especial européias e norte-americanas. Também é doutor honoris causa das universidades de Bruxelas, Oxford, Chicago, Stirling, Upsala, Montréal, México, Québec, Zaïre, Visva Bharati, Yale, Harvard, Johns Hopkins e Columbia, entre outras.

Aos 97 anos, em 2005, recebeu o 17o Prêmio Internacional Catalunha, na Espanha. Declarou na ocasião: "Fico emocionado, porque estou na idade em que não se recebem nem se dão prêmios, pois sou muito velho para fazer parte de um corpo de jurados. Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente". Atualmente, mora em Paris.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u642.jhtm

|Outro artigo interessante para quem quiser saber um pouco mais sobre o fundador da antropologia estrutural é O estruturalismo - Lévi-Strauss e a antropologia estrutural , do site Cultura e Pensamento, de Voltaire Schilling.