8.6.09

Entrevista com George Yúdice


|A fim de nós prepararmos melhor para a Mesa Redonda sobre Estudos Culturais Latino-Americanos, reproduzo parte de uma entrevista concedida por George Yúdice a Heloísa Buarque de Hollanda, que foi publicada no Portal Literal. Yúdice é um dos pesquisadores que vai estar presente quarta-feira, dia 10 de junho, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, a partir das 18h30min.
|Vejamos parte da entrevista. Quem se interessar poderá ler a entrevista completa clicando aqui.

Heloísa Buarque de Hollanda - 17/08/2005
Em seu novo livro, "A conveniência da cultura: usos da cultura na era global" (Ed. UFMG), George Yúdice tenta explicar um mundo em que gestores, produtores e curadores são mais importantes que os próprios artistas.

HBH. George, sua intervenção como intlectual é tão polivalente que é difícil adivinhar qual foi sua formação. Afinal o que você estudou?
Yúdice. Eu estudei Química, Artes e Letras simultaneamente na Cunny University. Depois foz mestrado e doutorado em Letras.
[Sobre seu livro, "Conveniência da cultura"]

HBH. Há um claro salto de local, de tema, de campo de estudos. O que chamou a sua atenção para seu direcionamento para o debate mais voltado para as políticas públicas, para a discussão do Estado liberal, para as questões da economia da cultura?
Yúdice. Foi a própria virada dos anos 90 na área da cultura, era uma coisa muito evidente. me dei conta de que toda cultura precisa de um sistema de financiamento, de apoio. Eu estava também trabalhando em fundações o que me levou a me ligar nesses assuntos.

HBH. Houve influência do Nestor Canclini nessa virada?
Yúdice. Houve. Eu conheci o Canclini no começo dos anos 90, em um congresso em 1993 no México. Ele me ajudou muito nessa transição. Quando organizamos aquele congresso no México, como você, inclusive, era para falar sobre estudos culturais nas Américas. Vieram pessoas dos Estados Unidos, do Canadá, da América Latina. Eu me lembro que vi lá, pela televisão, que havia uma preparação para a Nafta (Tratado do Livre Comércio da América do Norte). Na televisão havia propagandas do tipo "Mexicanos, vamos entrar para o primeiro mundo, não sujem as ruas, entrem no trabalho na hora". Esse tipo de mensagem pública. E isso era muito esquisito. Só comecei a falar dessas coisas no ano seguinte. Depois de fazer contato com o Canclini neste congresso, ele me pediu para fazer um estudo do impacto do livre comércio nos Estados Unidos. E eu fiz um ensaio em 1994. Entrei na comissão da Fundação México-Estados Unidos e comecei a pesquisar mais sobre esses sistemas de financiamento. Nos EUA, eu já tinha feito parte do Conselho de Arte de Nova York, e me dei conta de como funcionava essa engrenagem. Nos EUA, a questão privada é muito mais importante em termos de financiamento do que a área pública. Foi a partir daí que propus um projeto para a Fundação Rockefeller sobre os impactos do fenômeno da privatização da cultura. (...) comecei também a fazer trabalhos práticos, não só estudos analíticos, mas também propositivos. Começou ali na metade dos anos 90. No ano de 1998, eu já escrevia textos sobre esses fenômenos. Mas o livro levou muito mais tempo, porque eu tinha que pensar nas grandes mudanças macros do mundo, para compreender as mudanças micro de fundações, financiamentos e também na cultura. As fundações queriam que esses financiamentos tivessem uma repercussão social.

Estudos Culturais Latino-americanos - Mesa Redonda

Se você ainda não sabe como aproveitar o feriadão dessa semana e não tem com quem passar o Dia dos Namorados, o CulturamaUFF te dá uma dica!

Na quarta-feira (10), o Campus da Praia Vermelha - UFRJ recebe Abril Trigo - professor de culturas latino-americanas e diretor do Centro de Estudos Latino-americanos, na Ohio State University -, George Yúdice - professor da University of Miami - e a professora Beatriz Resende - professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), pesquisadora do CNPq e do PACC (Programa Avançado de Cultura Contemporânea) - que também fará a mediação da mesa.

A partir da quinta-feira de Corpus Christi (11), os Estudos Culturais Latino-americanos passam a ser discutidos na PUC-Rio. O congresso tem o objetivo de discutir as relações econômicas, políticas, sociais e culturais entre países latinos e desenvolvidos. O congresso vai até o dia 14. Para maiores informações, clique aqui.

"Ilha das Flores" por Comunicação e Cultura

De acordo com o curta "Ilha das Flores", exibido em sala de aula, os estudantes de Comunicação e Cultura produziram imagens e textos para ilustrar o filme de Jorge Furtado. Confiram as produções desses telencéfalos altamente desenvolvidos com polegares opositores:

Por Andressa Lacerda, Érika Xavier, Francisco Protasio, Julia Guedes, Maria Mendes e Rodrigo Ribeiro
O lixo não é lixo


O que sobra pra quem sobrou

O lixo não é lixo

O lixo não é luxo

O lixo é o que tem

É de quem tem

É a vida de quem não tem

De quem?

Quem não é, e é

De quem sobrou

Faltou.


É o nada e o tudo

É o estranho mundo(mudo)

O que sobra no final

Fim do carnaval

Fome,

Homem.


Por Gustavo S. de Castro e Carolina Akool S. Gonçalves

Liberdade dos felizes, liberdade dos aflitos, liberdade de quem liberta, liberdade de quem morre.
Diversas faces de um só sonho
Sonho que faz brotar esperança
Mas que faz sofrer os abandonados

Injusto é o mundo onde as consequências da liberdade depende de um jogo de sorte.


Por Matheus Marins, Mayara Soares, Jesiel Araújo, Júlia Pacheco e Júlia Câmara


Por Fernando Benevides, Leticia, Felippe, Camila e Lonya

É seu único lugar no mundo
Que é seu abrigo
A sua casa
Que traz a liberdade
Em clima de felicidade
Onde pode ficar nú!
Onde pode ficar
Onde pode ficar nú!
E é tão difícil arrumar isto pra gente...
Não há vitória quando a luta não é justa
Mas só há relutancia por esse mundo melhor
E que nos traz a resposta
E qual é o resultado disso?

Música "Casa", do Cidade Negra.


Por Ana Carolina Martins, Luana Furtado, Carlos Coelho, João Fanara, Gustavo Rocha e Jander Brum

A vida das pessoas que tiram seu sustento do lixo parece ser ignorada por toda sociedade. Em uma lata de lixo está depositada tudo aquilo que as pessoas querem se livrar; seja por nojo ou por sua não utilidade. Misturado a um forte cheiro, recebendo como companhia homens que vagam em meio a esse cenário, retirando seu sustento, transformando restos de alimentos em prato principal, convertendo metais em dinheiro, pescando nesse mar de sujeira o que pode ser a próxima refeição.

A sociedade teima em não olhar para essas pessoas, a cena constrange, mas não é suficiente para pensar na qualidade de vida desses que vivem disputando espaço com animais hostis e nem para o desperdício comprovado e afirmado por cada indivíduo, que tem como sustento o resto dos outros. A seletividade de quem tem apenas as sobras, não é a mesma que se teve para livrar- se de um alimento ou de um objeto. O lixo é um lugar onde está depositado tudo aquilo que ignoramos e temos urgência em tirar da nossa frente, o que não é mais conveniente para nossas vidas e quase no mesmo instante repomos por algo novo, sem pensar que alguém dividirá com moscas, ratos e baratas e fará do objeto do nosso desprezo, a melhor coisa do seu dia .

Clique nas imagens para vê-las com maiores detalhes.

2.6.09

Sua vida na Televisão?

E não estamos falando de reality show!

Na quarta-feira, 03/06, a aula de Estudos Culturais será exepcionalmente ministrada por Marina Caminha, que fez um trabalho super interessante sobre o quadro "Retrato Falado", exibido há algum tempo pelo Fantástico, englobando diversos fatores da identificação do telespectador com o exibido pela tv.

"É a partir do cotidiano que a narrativa do Retrato articula a estratégia de presença, particularizando as experiências vividas e revelando vestígios de um modo de contar anterior: o da telenovela brasileira.

Portanto, tornar o cotidiano categoria e rastrear a forma como tem sido configurado em Retrato Falado significa analisar os usos pelos quais cada matriz criou um modo de operá-lo. Para além, a fabulação do cotidiano no quadro é conseqüência de um jogo dialógico entre essas marcas, presentes anteriormente no mundo da telenovela brasileira. O ponto de partida para a análise não serão esses gêneros em separado, mas as conseqüências dessa relação que produziu um universo contado a partir do verossímil e que denominamos de fábula cômica do cotidiano.

É pela matriz da telenovela que faremos a contextualização da categoria cotidiano na televisão. Nesse sentido, afirmamos que as modificações encontradas na narrativa da telenovela, a partir da década de 1970, com a chamada proposta realista, foram parte de um processo narrativo que legou a junção entre as marcas do melodrama e do documentário em Retrato Falado, gerando uma espécie de teia narrativa que se vincula a outros programas televisivos e a própria telenovela, como veremos.
"

Para ler o texto inteiro, clique aqui!

Desigualdade social e cultural marcam clipe do Radiohead

No ano passado, a banda Radiohead lançou um clipe para a campanha "MTV Exit". All I Need fala sobre desigualdade socio-cultural em seu clipe, mesmo com outro sentido na letra. Com vocês, "All I Need":



I'm the next act waiting in the wings
I'm an animal trapped in your hot car
I am all the days that you choose to ignore

You're all I need
You're all I need
I'm in the middle of your picture
Lying in the reeds

I am a moth who just wants to share your light
I'm just an insect trying to get out of the night
I only stick with you because there are no others

You are all I need
You are all I need
I'm in the middle of your picture
Lying in the reeds

S'all wrong
S'alright
S'all wrong
S'alright
S'alright
S'alright
Em 1989, Jorge Furtado escreveu e dirigiu Ilha das Flores, um de seus filmes mais premiados. Com um humor ácido e uma frieza incômoda, o curta retrata a desigualdade social, com destaque para Belém Novo e Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre.






| deixo abaixo uma série de links q podem lhes conceder mais ferramentas para esse trabalho