5.12.11

"Qual é sua cultura?"

Grupo: Bruno Filho, Letícia Tavares, Lis Neves, Luiza Gomes, Mariana Cardinot

O principal objetivo do trabalho foi tentar compreender e encontrar pontos em comum sobre o que pessoas de diferentes lugares, faixa etárias, graus de escolaridade e profissões entendem por cultura e como identificam a sua. Foram cerca de 50 entrevistados apesar de algumas respostas inusitadas e outras terem se repetido em diferentes faixas etárias, é possível perceber que esta e os níveis de escolaridade são fatores que quase determinam a complexidade das respostas.


4.12.11

"Qual a importância da cultura para você?"


Grupo: Ana Gabriela, Caroline Dabela, Larissa Mendonça, Larissa Marins, Maria Lúcia, Natália Alvarenga

         Foi a partir dessa pergunta que fomos as ruas e entrevistamos crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos para saber qual a importância da cultura para cada um. Com o objetivo de se chegar a um senso comum sobre o assunto, obtivemos diversas respostas: muitos não sabiam o que responder, outros se confundiram com a resposta e responderam “o que é a cultura”  ou “qual a sua cultura”. Mas também conseguimos respostas que foram bem relevantes, que nos levavam a dois caminhos diferentes: a importância da cultura como identidade e a importância da cultura como integração.
        Através do que foi respondido, podemos relacionar com o que foi aprendido nesse semestre em aula, desde Lévi-Strauss a Marilena Chauí. Percebemos nas resposta conceitos como: etnocentrismo, optimum de diversidade, interculturalidade, entre outros. 
         Logo, vimos que a pergunta é difícil e por isso não existe uma resposta certa ou errada. Cada pessoa tem os seus princípios, seus sonhos, suas crenças... sua cultura. E assim a importância que a cultura tem para cada um difere a partir de cada pensamento e maneira de vida.


"O que você entende por Cultura?"


Grupo: Hugo da Silva Ribas, Juliana Borré Henrice, Leonardo Cancellier, Paula Beatriz Dantas

Através de uma pesquisa de campo, acerca da enquete “o que você entende por cultura?” foi possível encontrar diferentes pontos de vista sobre o que as pessoas entendem por cultura. As respostas foram agrupadas de acordo com a faixa etária somando cinco grupos: crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Após, foi somado o material teórico adquirido nas aulas de “comunicação e cultura” ministrada pelo professor Marildo no curso de Estudos de Mídia, perfazendo um total de cinco grandes autores, dentre eles, John B. Thompson e Claude Lévi-Strauss, com o material coletado na pesquisa de campo. Como conclusão, pode-se notar que a noção de cultura muda mais entre grupos de faixas etárias diferentes do que dentro da mesma faixa etária, além de que a maioria dos entrevistados tratou da cultura com um fator predominantemente artístico e cultural, referindo-se a tradição de um povo, o que nos fez notar que apesar de serem respostas não muito exploradas mentalmente, as concepções de cultura apresentadas foram satisfatórias, visto que os entrevistados não só apresentam uma concepção válida para cultura, como também sabem relacioná-la com seu cotidiano de forma clara e precisa.

7.11.11

John B. Thompson - mídia e poder simbólico

Nascido em Miniapolis (Estados Unidos), o professor John B. Thompson está radicado na Inglaterra desde 1970. Aos 51 anos, leciona Sociologia na Universidade de Cambridge e tenta desvendar os meandros das relações da mídia com o poder e as instituições. Ganhou o prêmio Amalfi, um dos mais importantes na área de Ciências Sociais, na Europa. No Brasil, tem três livros publicados – “Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa”, “A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia” e “O escândalo político: poder e visibilidade na era da mídia”, pela editora Vozes. Este último ele lançou na PUCRS, durante o Seminário Internacional de Comunicação “Cultura, poder e tolerância em um mundo complexo”, em setembro. Em entrevista ao Extra Classe, Thompson esmiuça sua teoria do escândalo político e se mostra curioso diante da “especificidade” da política brasileira.


Fonte e entrevista na íntrega em: http://www.sinpro-rs.org.br/extra/out02/entrevista.asp

1.9.11

Nestór García Canclini


 Néstor García Canclini é argentino, antropólogo e estudou também letras. Doutorou-se em 1975 pela Universidad Nacional de La Plata e, três anos depois, pela Universidade de París. Foi docente da Universidad de La Plata (1966-1975) e na Universidad de Buenos Aires (1974-1975). Desde 1990, é professor e pesquisador investigador da Universidad Nacional Autónoma de México, Unidade Iztapalapa, onde dirige o Programa de Estudios sobre Cultura. Foi professor das universidades de Stanford, Austin, Barcelona, Buenos Aires e da USP. Já publicou cerca de 20 livros sobre estudos culturais, globalização e imaginação urbana. É um dos principais pensadores ligados aos Estudos Culturais Latino-americanos. No Brasil encontramos algumas traduções de sua obra, tais como o fundamental "Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da Modernidade" (Ed. Martins Fontes); "Consumidores e cidadãos" (Ed. UFRJ); "Culturas da Ibero-américa" (Ed. Moderna): "Diferentes, desiguais e desconectados" (Ed. UFRJ).

Para aqueles que querem conhecer um pouco melhor o pensamento de García Canclini, abaixo colocamos um artigo seu e uma entrevista feita com ele.

"En algunos casos, sobre todo en América Latina, al estudiarse conjuntamente la interacción de estos campos disciplinarios con su contexto se viene produciendo una renovación de las humanidades y las ciencias sociales. En Estados Unidos, los cultural studies han modificado significativamente el análisis de los discursos, dentro del territorio humanístico". *Para continuar lendo o artigo "El malestar en los Estudios Culturales", clique aqui.

"Hibridação designa um conjunto de processos de intercâmbios e mesclas de culturas, ou entre formas culturais. Pode incluir a mestiçagem -racila ou étnica-, o sincretismo religioso e outras formas de fusão de culturas, como a fusão musical. Historicamente, sempre ocorreu hibridação, na medeida em que há contato entre culturas e uma toma emprestado elementos das outras. No mundo contemporâneo, o incremento de viagens, de relações entre as culturas e as indústrias audiovisuais, as migrações e outros processos fomentam o maior acesso de certas culturas aos repertórios de outras. Em muitos casos essa não é só de enriquecimento, ou de apropriação pacífica, mas conflitiva." Para continuar lendo a entrevista, clique aqui.

23.7.11

Reavaliando a Cultura (2011.1)

Neste semestre, recolhemos as impressões iniciais dos alunos sobre Cultura, expostas em um post anterior (http://culturamauff.blogspot.com/2011/06/senso-comum-sobre-cultura-20111.html); ao final deste período de reflexões, propomos a eles avaliar novamente o conceito de Cultura e algumas de suas questões importantes. Identidade, Sociedade, Significado, Diversidade e Relatividade desta vez foram os termos mais relacionados à Cultura. Podemos avaliar o processo de aprendizado e ampliação do pensamento dos alunos, observando suas análises:

"A cultura se constrói e se transforma, somos frutos e agentes da cultura."
   Esta afirmativa se explica pois a cultura está em constante transformação de acordo com as mudanças das necessidades humanas em suas respectivas culturas e ou de acordo com o tempo em que se vive. -Bruno, Lucas, Tatiana, Thaís.

"O trabalho do sociólogo"
   Quesito muito importante no estudo sobre cultura, pois é o sociólogo que vai analisar culturas diversas escolhendo o melhor método para sua análise, procurando ao máximo ser imparcial e enxergar que a sua própria cultura não é exatamente a "certa", porém que é diferente das outras, ignorando a ideia de "superioridade cultural". - Andréa, Caio, Clarissa, Nathália Caetano

"Relativismo Cultural"
   Para estudar uma cultura não se deve compará-la a outra utilizando critérios evolucionistas. Entender que uma cultura é apenas um estágio de outra é assumir uma visão etnocentrista. Fazer juízos de valor não leva ao conhecimento do outro, Não existe uma cultura, existem culturas. - Ana Laura, Bernardo, Newton, Priscila Vaz
   Segundo o texto de Lévi-Strauss, é importante saber que não existe "a" cultura, ou uma mais importante do que outra. É preciso ter cuidado para não estabelecer juízos de valor, por exemplo, julgar como atos de determinada cultura sejam certos ou errados, sempre respeitando o diferente e o desconhecido. Propõe buscar entender a cultura do outro nos seus próprios termos. - Clara, Louise Carvalho, Vinícius, Valderson.

"Tudo passa pela cultura"
   Ou seja, não existem povos aculturados. Todas as manifestações sociais estão de algum modo relacionadas à cultura. Engloba modos de vida e produções de sentido de uma sociedade. - Ana Laura, Bernardo, Newton, Priscila Vaz.


"A cultura é ordinária (comum)"
   Um dos aspectos fundamentais da cultura é seu caráter ordinário, significa que é uma experiência de cotidiana de todos, produto e produção de um modo de vida. Aspecto elaborado por Raymond Williams, vê cultura como "modos de vida e de luta". - Clara, Louise Carvalho, Vinícius, Valderson.
   A cultura não se refere somente às grandes estruturas, as grandes questões. A cultura está presente nos diversos aspectos da vida cotidiana, desde comprar uma camisa e escovar os dentes de manhã, até uma peça de teatro, escrever um livro, etc. A cultura deve ser analisada também nas questões corriqueiras.  A cultura é "ordinária"; nem tudo é cultura, mas tudo passa pela cultura. - Laís, André, Jacqueline, Priscila.


   Não há uma definição correta para o que seja cultura. Baseado nisso, para se fazer uma análise cultural, alguns teóricos já chegaram a afirmar que isso é possível apenas pelo meio de livros e outros tipos de informações que não levam o estudioso ao local da cultura. Porém, Geertz, um antropólogo contemporâneo, é totalmente crítico a esse tipo de estudo. Pois ele pode levar a uma subjetividade exagerada a uma visão errônea de uma certa característica daquela cultura. O mesmo afirma que para tal feito é preciso ir até o local e observar, conviver, viver e questionar ao participante daquela cultura o que ele entende dessas características.
   O antropólogo ao estudar a cultura de um povo, ele deve aprender tudo sobre o modo de vida dessas pessoas, indo a campo e convivendo, e sempre tentando olhar sob o ponto de vista do povo que está sendo estudado, e depois apresentar uma análise antropológica para que outros venham a conhecer, pois esses estudos servirão para alargar o universo do discurso humano. - Gabriel Corrêa, Louise Romano, Miguel Marcello.

8.6.11

"Quem tem Cultura?"

Grupo: Rita Silveira, Vinícius Kuster, Gabriela Thomazini, Lucas Cunha, Valderson Rodrigues, Clara Sacco

Quem tem Cultura?


Essa pesquisa de campo foi feita com o objetivo de se chegar a um senso comum acerca de quem possui cultura ou não. Foram entrevistadas pessoas de todas as classes, faixas, sexos e, inclusive, de diferentes nacionalidades.

De forma resumida, chegou-se a uma conclusão de que são fornecidos quatro tipos de respostas (os que não sabem responder, os que ligam cultura ao conhecimento, as artes e os que defendem que todos possuem cultura). Algumas com um viés etnocêntrico, outras corretíssimas do ponto de vista antropológico e, por fim, algumas sem nenhum embasamento teórico. Foi evidente a influência do nível de escolaridade nos tipos de resposta. Aqueles com uma melhor formação, no geral, souberam articular uma resposta coesa.

No entanto, como já ficou claro no decorrer desse semestre, a definição de cultura ou de algo que a envolva é de difícil e realização. E, portanto, não se pode julgar uma resposta como certa ou como errada. Como diria Lévi-Strauss, a cultura é inerente a todos e, assim, não nos cabe determinar um tipo de resposta esperado. 

“Qual o valor que a Cultura tem para você?”

Grupo: Gabriel Corrêa, Hélia Oliveira, Letícia Barbosa, Louise Carvalho, Rômulo Natan, Tatyane Larrubia


“Qual o valor que a cultura tem para você?”

De acordo com a pergunta proposta, foram entrevistados treze crianças, quarenta e quarto adolescentes, doze adultos e sete idosos, totalizando setenta e seis pessoas. O grupo buscou obter respostas de brasileiros de diversas partes do país, como Rio de Janeiro, Ceará, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Manaus, e ainda alguns estrangeiros entrevistados de Cuba, Estados Unidos e Portugal. Separamos os padrões de resposta em seis grupos:
- Não souberam responder a pergunta;
- Acharam importante, mas não souberam explicar o motivo;
- Não acharam importante (apenas um justificou);
- Associaram com entretenimento;
- Associaram com conhecimento;
- Associaram com a formação de uma nação/indivíduo.
Não vimos grandes variações nas respostas das pessoas estrangeiras ou entre as de países diferentes, todas entraram em algum padrão de resposta. A maioria das crianças associou ao entretenimento e a formação de uma nação/indivíduo, todas as outras não conseguiram responder ou não desenvolveram o pensamento. Mais da metade dos adolescentes associou com essa ideia de formação, pouquíssimos ao entretenimento e o conhecimento erudito. Nessa faixa etária houve um diferencial das outras: alguns simplesmente responderam que a cultura não possui valor nenhum, no entanto apenas um justificou.
Entre os adultos, exatamente a metade associou com a formação de nação/indivíduo, seguido pelo conhecimento e poucos associaram ao entretenimento. Estes foram os que mais desenvolveram as respostas e menos fugiram do tema. A respeito dos idosos, dois acharam a cultura importante, mas não souberam responder o motivo e outros dois associaram ao conhecimento. Três deles relacionaram com a formação de um povo e/ou de um indivíduo. Apenas dois possuíam ensino médio completo, dando-nos as respostas mais completas. Os outros foram vagos e fugiram um pouco do tema.
Achamos que nossa pergunta foi difícil para muitos que, apesar de a terem entendido, não conseguiam desenvolver a resposta com nada mais do que “legal, faz bem para as pessoas” ou “cultura, indispensável para uma nação”. Recebemos respostas definindo a cultura, sem nos dizer qual o valor dela para a tal pessoa. embora vago. Também ouvimos boas respostas, pessoas empolgadas que tentavam explicar-se da melhor forma possível, mostrando seu ponto de vista. As que tinham interesse pelo assunto respondiam começando uma boa conversa.
Mais da metade, quarenta e duas pessoas, associou com a formação de uma nação/indivíduo. Obtivemos respostas diretas e explicativas, como também vimos que muitos queriam associar com essa ideia sem saber como desenvolver. As outras pessoas foram divididas quase que igualmente nos outros assuntos, com poucas variações. Conseguimos ter uma ideia a respeito do senso comum sobre o valor da cultura, obtendo o resultado de como a maioria pensa. 

"Três palavras sobre Cultura"

Grupo: Ana Laura Iovino, Beatriz Medeiros, Bernardo Lopes, Louise Romano, Miguel, Marcello, Newton Marins

"Quais são as três palavras que vêm a sua cabeça quando você pensa em cultura?"


Com base na questão proposta: “Quais são as três palavras que vêm a sua cabeça quando você pensa em cultura?”, o grupo fez uma pesquisa de campo e conseguiu entrevistar 52 pessoas. Subdividindo este grupo, temos no total: 14 crianças, 16 jovens, 13 adultos e 9 idosos. Visando facilitar a estatística, decidimos associar as resposta em campos temáticos, como exemplo: Artes, Religião, Localidades, entre outros.

O resultado geral obtido pela pesquisa foi: 45% dos votos foram associados à Arte, 15% à Educação e 8,2% a Costumes, 5% a Comida, 24% a Outros. Percebemos uma predominância do campo artístico vinculado ao pensamento de cultura, no senso comum.

Algumas particularidades notadas pelo grupo foram que associações como “Identidade”, “Contemporaneidade”, “Manifestação” e “Ação” estão mais presentes nas faixas etária de Jovens e Adultos. Já no campo dos idosos percebemos uma associação da Cultura com o rural. Enquanto isso, na faixa das crianças observamos uma associação da cultura com localidades e valores religiosos, sendo o único grupo a citar o mesmo.

"Qual a sua Cultura?"

Grupo: Priscila Vaz, Clarissa Cavalcante, Rávellyn Borges, Laís Yane, Caio Paz, Andréa

Qual a Sua Cultura?

Apesar de ter sido um trabalho e ter valido nota, percebemos que seria uma atividade que teriamos curiosidade de fazer de novo independente da matéria ou das notas. Nos abre leques de possibilidades e respostas que não encontravamos antes e nos ajuda a entender a abordagem das pessoas em relação a um tema de tamanha importância. A partir dessa diversão/entrevista/trabalho pudemos concluir que as grandes diferenças não estavam nas classes sociais e/ou profissões, mas sim na faixa etária e/ou localização no mundo. Nas nossas entrevistas com brasileiros encontramos em todos os grupos, em diferentes frequências, relações de: cultura com arte, cultura com conhecimento e cultura com estudo. Ou seja, uma valorização da cultura acumulativa, porém conceituar um “senso comum” seria muita pretensão de nossa parte tendo em vista a heterogeneidade e valor individual em cada resposta.

Outro ponto  importante da pesquisa foi descobrir como cada faixa etária tinha contato com discussões sobre a Cultura e sua importância, a partir disso, concluimos que o “senso-comum”, o que é passado como conceito em diversas ocasiões é que cultura se adquire, cultura se acumula, o que nos levou a uma reflexão, pois, tendo o conceito de que “cultura se adquire” nos subentende uma possibilidade de vivermos fora da cultura, ou sem cultura, algo, de fato, impossível.

OBS: Com relação aos estrangeiros, a ideia partiu de uma curiosidade em saber a forma de pensamento “fora da caixinha” que chamamos de Brasil, o que nos trouxe uma riqueza enorme e uma quantidade de diferenças considerável para entendermos a cultura e suas “formas”, suas interpretações e seus conceitos.

"O que você entende por Cultura?"

Grupo: André Libanio, Carolina Goulart, Gabriela Farias, Jacqueline Ester, Nathalia Caetano, Priscila Maria Costa



“O que você entende por cultura?”

Tal questionamento quando provocado gera uma série de dúvidas e receios. Como definir em poucas palavras algo tão vasto? Conclusões fechadas nunca serão aceitas para definir o conceito, logo não poderíamos obter, de nossos entrevistados, respostas mecânicas, mas sim, idéias sobre o entendimento individual, mas que se forma no pensamento coletivo da sociedade em que se vive.

O pensamento etnocêntrico torna-se visível quando abordamos o assunto, e é natural, pois é mais seguro falar sobre o que e quem esta a nossa volta, do que fazer suposições sobre a cultura do outro, sendo esse outro, na maioria das falas, o diferente. Porém podemos observar que o entendimento de cultura esta ligada a idéia de lugar, nação, sociedade, povo e povos, o que nos remete a uma idéia que vai além do local.

Preocupante são as vozes que não se reconhecem como parte de uma cultura ou detentora de saber e que enxergam no outro um modelo cultural idealizado, como explicitado na entrevista com a estudante Mirela, que nos falou: “Aquelas pessoas muito chiques e que aparecem nas revistas e na televisão devem ter uma cultura muito boa, mas eu não tenho não”. Tal discurso é impregnado de uma falsa premissa, que coloca como possuidor de cultura aquele que possui bens e status social.

Comportamentos, hábitos, conhecimento erudito, artes, transmissão de saberes, leitura, musica, cinema, crenças, entre outras, foram algumas das respostas que obtivemos e que representam em pouco da opinião dos 30 entrevistados na pesquisa de campo. Podemos agora responder o que nos entendemos por cultura? O principal não é encontrar uma definição para o nosso entendimento, mas perceber o quanto a cultura é heterogênea e que reconhecer no outro as diferenças nos faz perceber o quanto podemos ser culturalmente “estranhos” também.

Senso Comum sobre Cultura (2011.1) - Respostas dos Alunos

Como é de tradição na disciplina de Comunicação e Cultura, nossos alunos realizaram uma pesquisa de campo para analisar o senso comum sobre Cultura. Este semestre tivemos seis grupos, cada um deles encarregado de uma pergunta diferente, abrangendo todas as faixas etárias.
Antes de divulgar os resultados destes trabalhos, vejamos o que os próprios alunos responderam quando foram perguntados sobre três palavras que lhe remetessem a cultura, em seu primeiro contato com a disciplina, que foi para muitos a primeira reflexão sobre o assunto.
Os resultados se dividiram nas seguintes categorias básicas, junto do número de vezes em que foi mencionada:


1) Hábitos/Costumes/Tradições - 22 (19,8%)
2) Arte (Música, dança, cinema...) - 16 (14,4%)
3) Identidade - 13 (11,7%)
4) Alteridade/Diferença - 10 (9%)
5) Processos - 9 (8,1%)
6) Sociedade - 8 (7,2%)
7) Conhecimento/Educação - 6 (5,4%)
8) Outros: Entretenimento, mensagem, manisfesto, poder, idioma, internet.


Veremos a seguir o quanto estas concepções se aproximam do senso comum que foi visto nas etnografias realizadas pelos grupos, assim como os resultados das reflexões feitas em sala, para suas análises.

18.5.11

Cinema, TV e Estudos Culturais

É sempre uma boa surpresa quando nosso blog é encontrado por leitores de ambientes para além de nosso curso; e melhor ainda quando neste encontro surge uma ótima oportunidade para troca de conhecimento.

Fomos contatados por Sheron Neves, publicitária, mestre em História do Cinema e doutoranda em Television Studies pela Birkbeck de Londres, que compartilhou conosco seu blog, onde debate assuntos interessantes sobre mídia, tangendo questões culturais e identitárias de nosso tempo. 

Por exemplo, em uma de suas postagens discute acerca da visão dos file sharers(compartilhadores ilegais de arquivos na rede) sobre si mesmos: algo próximo de Robin Hoods da internet, motivados por um sentimento altruísta.

Para conferir outras discussões interessantes e que se relacionam completamente com diversas disciplinas de nosso curso, faça uma visita à seu blog: http://sher-meditationsinanemergency.blogspot.com/
Agradecemos a Sheron por dividir isto conosco; sintam-se livres para fazer o mesmo!

13.4.11

Cultura na Contemporaneidade - Néstor García Canclini



Sabemos que os estudos antropológicos e os fundamentos, metodologias e conceitos sobre cultura já nos acompanham há séculos. Como vangloriado e ressaltado aqui no Culturamauff, nosso saudoso Lévi-Strauss nos fez compreender esses conceitos basilares e as críticas fundamentais que permeiam os Estudos Culturais. No entanto, ainda é tarefa difícil definir cultura, principalmente nesse mundo cujo motor são as constantes transformações. Diante desses questionamentos, destaca-se um pensador, também fundamental, que propõe novos conceitos, análises e perspectivas sobre a Cultura na Contemporaneidade. Falo do Néstor García Canclini




Argentino, começou sua carreira nas Letras, adensou seus pensamentos em Filosofia no Doutorado na Universidade de Paris e consolidou sua atuação nos Estudos Culturais. Focado numa perspectiva latinoamericana, relaciona estética, arte e antropologia em seus estudos. Lecionou na Argentina e até aqui no Brasil, como Lévi-Strauss.

Diante da configuração fragmentada que se instaura na Contemporaneidade, Canclini nos mostra de fato, como a cultura não precisa ser delimitada sistematicamente, pois ela própria está em constante transformação. A perspicácia de observar que a cultura é processual, como já dizia Lévi-Strauss sobre o progresso, é o que nos guia ao entendimento da cultura , principalmente, como um espaço de construção de sentidos e significações sociais.

Partindo dessa premissa, Canclini aborda questões como: políticas culturais, globalização, interculturalidade, culturas híbridas, culturas urbanas, dentre outros (leia aqui). Canclini aponta também que, extraviada em suas definições, a cultura é fruto das mais diferentes narrativas sobre si mesma.

E você, conhece alguma narrativa sobre cultura? Qual conceito de cultura impera no senso comum? Qual a sua narrativa sobre cultura?

5.4.11

Stuart Hall, atualmente com 79 anos, é um teórico jamaicano do campo dos Estudos Culturais. Seus trabalhos, que abordam temas como a hegemonia, mídia e preconceito racial, são de grande influência atualmente.

Em nossa próxima aula de Identidades Culturais na Contemporaneidade (06/04), trabalharemos o primeiro capítulo de seu livro "A Identidade Cultural na Pós-Modernidade", "A Identidade em Questão", onde ele avalia a possível existência de uma crise na identidade (ou identidades) do sujeito de nosso tempo.

O capítulo pode ser lido na íntegra no link: http://bit.ly/eJtb15

4.4.11

5x Favela: Agora Por Nós Mesmos


Na última quarta-feira, 30/03, tivemos a exibição do filme "5x Favela: Agora Por Nós Mesmos" no auditório Florestan Fernandes, na Faculdade de Educação da UFF. A exibição foi seguida de um proveitoso debate com a participação dos professores Paulo Carrano, Lívia de Tommasi e Ana Lúcia Enne, assim como dos diretores Cadu Barcellos, Wavá Novaes e Manaíra Carneiro. Foram discutidas questões acerca da temática do filme, assim como de produção e recepção do mesmo.

O filme, baseado na produção de 1962, conta 5 histórias distintas envolvendo a favela, lançando sobre ela um olhar humano, que tenta se livrar dos preconceitos e clichês criados em torno desta. As gravações, além de serem realizadas em ambientes reais, contaram com a participação e auxílio na produção por parte dos moradores, que tiveram um papel fundamental na proposta do filme, levando um trabalho da favela para o grande circuito cinematográfico, chegando a ser exibido no Festival de Cannes.

22.3.11

Comunicação e Cultura

Departamento de Estudos Culturais e Mídia

Programa da disciplina Comunicação e Cultura – 2011/1

Prof. Marildo José Nercolini


Ementa: Cultura, um conceito polissêmico. Natureza e Cultura. Sociedade e Cultura: agentes e grupos sociais. A escola funcionalista e o estrutural-funcionalismo: cultura e instituições sociais. A concepção estruturalista. Antropologia interpretativa: a cultura como rede de significados, a cultura como texto. Cultura e identidade nas sociedades contemporâneas. Mídia, cultura e globalização.


Objetivos: Mapear e situar as principais discussões em torno da cultura, destacando algumas escolas e pensadores fundamentais (sobretudo do séc. XIX até os dias atuais), com a intenção de: ressaltar seu caráter polissêmico e contextual; entender a centralidade da cultura hoje; perceber as transformações acontecidas nessa trajetória, com ênfase, na segunda parte do semestre, à relação cultura e processo de globalização.


Programa:

1. Cultura: conceito e história:

1.1 Cultura e natureza; cultura e civilização.

1.2 Cultura: histórico do conceito.

1.3 Diversidade Cultural.


2. Diferentes concepções de cultura: cultura como conceito polissêmico.

2.1 A escola funcionalista.

2.2 A concepção estruturalista.

2.3 A cultura como rede de significados e a cultura como texto.

2.4 A visão culturalista.


3. Cultura e identidade nas sociedades contemporâneas.


4. Cultura na era da globalização:

4.1 Cultura como recurso.

4.2 Cultura, globalização e sociedade civil.

4.3 Cultura, consumo e cidadania.


Bibliografia da primeira parte:


1. LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. RJ: Jorge Zahar, 2005.

2. LÉVI-STRAUSS, Claude. “Raça e História”. In: __________. Antropologia estrutural – dois. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993. 4 ed.

3. GARCÍA CANCLINI, Néstor . “A cultura extraviada em suas definições”. _______. Diferentes, desiguais e desconectados. RJ: Editora UFRJ, 2005

4. KUPER, Adam. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru: EDUSC, 2002.

5. CHAUÍ, Marilena. Conformismo e Resistência. São Paulo: Brasiliense, 1994.

6. GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

7. THOMPSON, J.B. Uma teoria social da mídia. Petrópolis: Vozes, 1998.


BIBLIOGRAFIA BÁSICA:


BUARQUE DE HOLLANDA, Heloísa . “Políticas da produção de conhecimento em tempos globalizados”. In: MIRANDA, Wander Melo (org.). Narrativas da Modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. p. 345-356.

CEVASCO, Maria Elisa. Para ler Raymond Williams. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

CHAUÍ, Marilena. Conformismo e Resistência. São Paulo: Brasiliense, 1994.

EAGLETON, Terry. A idéia de Cultura. São Paulo: UNESP, 2005.

GARCÍA CANCLINI, Néstor. Culturas híbridas. São Paulo: EDUSP, 1997.

____________ . Diferentes, desiguais e desconectados. RJ: Editora UFRJ, 2005

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

HALL, Stuart. Identidades culturais na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1997.

____________. “A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções do nosso tempo”, Educação & Realidade, n. 22, p. 15-46, jul-dez 1997.

KUPER, Adam. Cultura: a visão dos antropólogos. Bauru: EDUSC, 2002.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. RJ: Jorge Zahar, 2005.

LÉVI-STRAUSS, Claude. “Raça e História”. In: __________. Antropologia estrutural – dois. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993. 4 ed.

MAIA, Rousiley. Identidades coletivas: negociando novos sentidos, politizando as diferenças, Contracampo, Niterói: IACS, n.5, segundo semestre 2000, p.47-66.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. “Globalização comunicacional e transformação cultural”. In: MORAES, Denis de (org.). Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2004.

MORAES, Denis de (org.). Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2004.

____________ (org). Sociedade midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.

SANTOS, José Luis dos. O Que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Primeiros Passos, 10).

SARLO, Beatriz. Cenas da vida pós-moderna: intelectuais, arte e videocultura. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2000.

THOMPSON, J.B. Uma teoria social da mídia. Petrópolis: Vozes, 1998.

WILLIAMS, Raymond. Cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000. 2ª ed.

_____________. Marxismo e Literatura. Ed. Zahar, 1979.